Piaget, ainda, argumenta que o desenvolvimento da
moral abrange três fases, denominadas:
- anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja alimentado é um exemplo dessa fase.
- heteronomia (crianças até
9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação
diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que
roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado
quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.
- autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.
Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição anomia - heteronomia, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral e intelectual.
- autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.
Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição anomia - heteronomia, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral e intelectual.
Para que estas interações aconteçam, há a ocorrência de
processos de organização interna e adaptação e essa ocorre na interação de
processos denominados assimilação e acomodação.
Os esquemas de assimilação se modificam de acordo com os estágios de desenvolvimento do indivíduo e consistem na tentativa destes em solucionar situações a partir de suas estruturas cognitivas e conhecimentos anteriores. Ao entrar em contato com a novidade, retiram dele informações consideradas relevantes e, a partir daí, há uma modificação na estrutura mental antiga para dominar o novo objeto de conhecimento, gerando o que Piaget denomina acomodação.
Os esquemas de assimilação se modificam de acordo com os estágios de desenvolvimento do indivíduo e consistem na tentativa destes em solucionar situações a partir de suas estruturas cognitivas e conhecimentos anteriores. Ao entrar em contato com a novidade, retiram dele informações consideradas relevantes e, a partir daí, há uma modificação na estrutura mental antiga para dominar o novo objeto de conhecimento, gerando o que Piaget denomina acomodação.
No aspecto moral, segundo Piaget, a criança passa por uma fase
pré-moral caracterizada pela anomia,
coincidindo com o “egocentrismo” infantil e que vai até aproximadamente 4 ou 5
anos. Gradualmente, a criança vai entrando na fase da moral heterônoma e
caminha gradualmente para a fase autônoma.
Piaget afirma que essas fases se
sucedem sem constituir estágios propriamente ditos. Vamos encontrar adultos em
plena fase de anomia e
muitos na fase da heteronomia.
Poucos conseguem pensar e agir pela sua própria cabeça, seguindo sua
consciência interior.
Na fase da anomia,
natural na criança pequena, ainda no egocentrismo, não existem regras e normas.
O bebê, por exemplo, quando está com fome, chora e quer ser alimentado na hora.
As necessidades básicas determinam as normas de conduta. No indivíduo adulto,
caracteriza-se por aquele que não respeita as leis, pessoas, normas. Na medida
em que a criança cresce, ela vai percebendo que o “mundo” tem suas regras. Ela
descobre isso também nas brincadeiras com as crianças maiores, que são úteis
para ajudá-la a entrar na fase da heteronomia.
Na moralidade heterônima,
os deveres são vistos como externos, impostos coercitivamente e não como
obrigações elaboradas pela consciência. O Bem é visto como o cumprimento da
ordem, o certo é a observância da regra que não pode ser transgredida nem
relativizada por interpretações flexíveis. A responsabilidade pelos atos é
avaliada de acordo com as consequências objetivas das ações e não pelas
intenções. O indivíduo obedece às normas por meio da punição. Na ausência da
autoridade ocorre a desordem, a indisciplina.
Na moralidade autônoma,
o indivíduo adquire a consciência moral. Os deveres são cumpridos com
consciência de sua necessidade e significação. Possui princípios éticos e
morais. Na ausência da autoridade, continua o mesmo. É responsável, autodisciplinado
e justo. A responsabiliade pelos atos é proporcional à intenção e não apenas
pelas consequências do ato. O processo educativo deve conduzir a criança a sair
de seu egocentrismo, natural nos primeiros anos caracterizado pela anomia, e
entrar gradualmente na heteronomia,
encaminhando-se naturalmente para sua própria autonomia moral e intelectual que
é o objetivo final da educação normal. Esse processo de descentração conduz ao
egocentrismo (natural na criança pequena) caracterizado pela anomia, à
autonomia moral e intelectual.
As atividades de cooperação, num
ambiente de respeito mútuo, embasado na afetividade, preservam-na do egoísmo e
do orgulho, auxiliando a criança no longo processo de descentração,
conduzindo-a gradativamente da heteronomia
para a autonomia moral. Um ambiente de medo, autoritarismo, respeito unilateral tende a
perpetuar a heteronomia. Do egocentrismo inicial, a
criança, gradualmente, vai “saindo” de si mesma, ampliando sua visão de mundo e
percebendo que faz parte de um todo maior. Gradualmente, aprende a cooperar, a
respeitar e a amar o próximo.
EGOCENTRISMO ———————DESCENTRAÇÃO
egoísmo –
orgulho
cooperação – respeito – afeto
ANOMIA -------
HETERONIA ——- AUTONOMIA
O quadro abaixo relaciona as
atitudes interiores e as fases morais:
ANOMIA
HETERONOMIA
Bagunça
Medo
Devassidão
Autoritarismo
Libertinagem
Imposição
Dissolução
Castigo
Prêmio
Unilateral
Autocracia
Opressão
|
AUTONOMIA
Cooperação
Amor
Respeito mútuo
Livre arbítrio
Democracia
Reciprocidade
Respeito
Lei causa e Efeito
Tirania
|
O que é centração e
descentração para Piaget?
Centração
Segundo a teoria de Jean Piaget, “centração é a tendência a concentrar-se em um
aspecto de uma situação e negligenciar outros”. É uma das principais
características do pensamento no estágio pré-operatório do desenvolvimento.
Descentração
Descentrar é pensar em
vários aspectos de uma situação simultaneamente. Piaget acreditava que crianças
em idade pré-escolar chegam à conclusões ilógicas por não saber descentrar.
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