O cotidiano de uma instituição infantil deve prever momentos diferenciados para crianças maiores e menores.
Conforme Dornelles e Horn (apud Crayd, 1998), podemos pensar em atividades de diferentes tipos para as crianças:
- Atividades diversificadas para livre escolha: Estas atividades permitem que as crianças escolham o que desejam fazer, desde que o ambiente em termos de materiais e espaços permita. É comum o entendimento, do nosso ponto de vista, equivocado, que nestes momentos a professora se livra da responsabilidade de intervir e acompanhar o que as crianças decidem fazer. Pelo contrário, entendemos ser este um momento adequado para interações e observações significativas do adulto junto às crianças. É importante que nos períodos de jogos de livre escolha as crianças tenham o tempo para construir a brincadeira e desenvolvê-la. Podemos exemplificar com: brincadeiras individuais ou em grupo, usando os diferentes cantos da sala: dos jogos, da biblioteca, museu, fantasia, da casa de bonecas, da pintura e desenho, da garagem e outros que se fizerem necessários; atividades corporais, musicais, dramáticas, plásticas, de linguagem oral e escrita.
- Atividades opcionais: São aquelas que podemos propor tendo como referência o interesse da criança por algum fato ou acontecimento. São organizadas coletivamente, podendo se realizar em diferentes locais, dentro e fora da instituição. Exemplos: Passeios e/ou visitas pela comunidade, casas dos colegas, locais de lazer e de cultura da comunidade, praças, teatros e cinema; festas comemorativas e tradicionais da comunidade; visitas de pessoas e profissionais da comunidade para contarem histórias de vida e trabalho.
- Atividades coordenadas pelo adulto: Geralmente são organizadas pelo adulto e propostas para todo o grupo. Estas ocasiões são importantes para se trabalhar a atenção, a concentração e a capacidade das crianças de atenderem propostas feitas coletivamente. Estas atividades podem se realizar tanto nos espaços internos como esternos das escolas. Exemplos: Construção do planejamento das atividades do dia; jogos sensoriais, naturais, musicais, dramáticos e em grupo; brincadeiras e rodas cantadas; atividades de planejamento e execução de um projeto; coleta de dados e informações sobre projetos em estudo; relatos de experiências e histórias vividas; entrevistas; pesquisas em materiais diversos para ilustrar temas trabalhados; passeios, visitas e piqueniques; decoração e organização da sala; relatos de histórias, poesias, parlendas, contos com auxílio de fantoches, livros, cartazes, discos, fitas; organização de festas e comemorações.
A sugestão é organizar os espaços através de temas levando em consideração a faixa etária das crianças.
Exemplos do uso dos espaços internos (sala)
Cantos fixos:
- Casa das bonecas com fogão, geladeira, TV, cama, mesa, etc. objetos para utensílios na cozinha, quarto, banheiro... ( estes poderão ser confeccionados com material de sucata);
- Canto da fantasia com pedaços de pano, tule, chapéus, sapatos, roupas... espelho, maquiagens;
- Canto da biblioteca com almofadas, tapetes, estante, painel de informações, livros, revistas e jornais;
- Canto da garagem com tacos de madeira para a construção, carros, trilhas, placas de sinais de trânsito;
- Cantos dos jogos e brinquedos com jogos de encaixe, de armar, quebra-cabeça, sucatas organizadas e variadas, peças de madeira.
Cantos alternativos:
Estes podem variar conforme o espaço físico, o interesse das crianças e os temas que estão sendo trabalhados.
-Cantos da música com instrumentos musicais comprados ou confeccionados, rádios etc.;
- Canto do supermercado com embalagens vazias de diferentes produtos, sacos para empacotar, caixa registradora, dinheiro de papel e moedas, cartazes com nome de produtos, prateleiras;
- Canto do cabeleireiro com espelho, maquiagens, rolos, escovas,secador de cabelos, bancada, cadeira, bacia para lavar a cabeça, embalagens de xampu, cremes.
- Canto do museu com objetos colecionados pelas crianças em passeios, viagens.
- Canto da luz e da sobra com projetor de slides, lanternas, retroprojetor, filmes feitos pelas crianças, lençóis.
Portanto, os espaços de uso comum podem ser utilizados nesta proposta de integração entre as faixas-etárias.
Para que os pequenos e os pequeninos participem deste espaço social, é necessário que se criem novos sentidos nas relações adulto-criança, famílias-educadores, pais-filhos e também que haja, por parte dos adultos, uma vontade de experimentar, criar uma outra forma de ver, entender, conviver com as crianças.
Referência:
CRAIDY et al. Educação Infantil pra que te quero?, Porto Alegre: Artmed, 2001 p.68-78.
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