FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
A obra “Pedagogia do Oprimindo descreve de Paulo Freire aponta para uma educação libertadora, ética e sócio-política bem como para a contribuição da ética cristã no desenvolvimento integral do ser humano, para formação de uma sociedade mais justa e solidária.
Em oposição à educação bancária, o educador-educando se compromete com um conteúdo programático que não caracteriza doação ou imposição, “[...] um conjunto de informes a ser depositado nos educandos -, mas a devolução organizada, sistematizada e acrescentada ao povo daqueles elementos que este lhe entregou de forma desestruturada” (FREIRE, 2004. p. 83-84). Compromete-se com uma programação, com conteúdos, que advêm das colocações do povo, de sua existência, desafiando-o à busca de respostas, tanto em nível de reflexão como de ação. Em outras palavras, uma prática libertadora, requer que o “[...] acercamento às massas populares se faça, não para levar-lhes uma mensagem ‘salvadora’, em forma de conteúdo a ser depositado, mas, para em diálogo com elas, conhecer, não só a objetividade em que estão, mas a consciência que tenham dessa objetividade; [...] de si mesmos e do mundo”. Desse modo, busca-se juntos, educador e povo, mediatizados pela realidade, o conteúdo a ser estudado. É somente através do diálogo cujo “fundamento é o amor” que também é diálogo será possível ensaiar o inédito viável e construir uma pedagogia ética, política e social, baseada na crítica, na conscientização e na liberdade, reagindo contra todo tipo de opressão ainda vigente em nossas sociedade
Acerca do operacionalizar a pedagogia de uma perspectiva do oprimido, é preciso, segundo Paulo Freire, investigar o universo temático do povo. Busca-se, inicialmente, conhecer a área em que se vai trabalhar e se aproximar de seus indivíduos, marcando reunião e presença ativa para coletar dados, de modo a levantar os temas geradores. Estes devem ser organizados em círculos concêntricos, partindo de uma abordagem mais geral até a mais particular. Tal operacionalização demanda, ainda, e isso cabe ao educador dialógico, devolver em forma de problema o universo temático recebido do povo na investigação.
Efetivada essa etapa e com os dados em mãos, realiza-se um estudo interdisciplinar sobre os “achados” nos círculos de cultura, a partir dos quais os envolvidos apreendem o conjunto de contradições que permeiam os temas. Cada envolvido na investigação temática apresenta um projeto de um dado tema, o qual passa por discussão e acolhe sugestões. Os projetos servem, posteriormente, de subsídio à formação dos educadores-educando que trabalharão nos círculos de cultura.
Após elaboração do programa, são confeccionados materiais didáticos em forma de, por exemplo, textos, filmes, fotos, entre outros. São preparadas, também, as codificações de situações existenciais, as quais têm que ser decodificadas pelo educando e promover o surgimento de uma nova percepção da questão tratada, como também o desenvolvimento de um novo conhecimento.
CONCLUSÃO:
Ao concluir o resumo da obra ´Pedagogia do Oprimido, pude compreender que na visão de Paulo Freire, os elementos que constituem uma teoria da ação dialógica seriam a colaboração (ação conjunta onde não há um sujeito, um eu, e um objeto, um isto, mas um eu e um tu); a união (que se opõe à divisão da conquista), a organização e a síntese cultural, que seria uma resposta à invasão cultural. Se por um lado, Freire vê diferenças entre a cultura do povo e a cultura das lideranças (lideranças revolucionárias, por exemplo), o papel da síntese cultural seria o de conseguir a superação dessas diferenças (contradições acidentais, nas palavras do autor), sem o que, essas diferenças de visão e valores poderiam se tornar invasão cultural, comprometendo todo o processo de mudança e produzindo mais opressão, agora sob novas formas.
Muito criativo tem tudo que procuro!
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