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domingo, 28 de setembro de 2014

Artigo: Por que brincar é importante para as crianças pequenas

Por que brincar é importante para as crianças pequenas


Estudos, pesquisas e livros são boas fontes não só para compreender a relevância do brincar como também para proporcioná-lo às crianças. Mergulhe fundo neles! 

Brincar é importante para os pequenos e disso você tem certeza. Mas por quê? Sem essa resposta, fica difícil desenvolver um bom trabalho com as turmas de creche e de pré-escola, não é mesmo? Se essa inquietação faz parte do seu dia a dia, sinta-se convidado a estudar o tema. Ele rende pano para manga desde muito, muito tempo atrás. "Os primeiros questionamentos sobre o brincar não estavam relacionados a jogos, brinquedos e brincadeiras, mas focavam a cultura", diz Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
No fim do século 19, o psicólogo e filósofo francês Henri Wallon (1879-1962), o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) e o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) buscavam compreender como os pequenos se relacionavam com o mundo e como produziam cultura. Até então, a concepção dominante era de que eles não faziam isso. "Investigando essa faceta do universo infantil, eles concluíram que boa parte da comunicação das crianças com o ambiente se dá por meio da brincadeira e que é dessa maneira que elas se expressam culturalmente", explica Clélia.



Ilustração Rogério Fernandes sobre fotografia de Omar Paixão
Brincar é importante para os pequenos e disso você tem certeza. Mas por quê? Sem essa resposta, fica difícil desenvolver um bom trabalho com as turmas de creche e de pré-escola, não é mesmo? Se essa inquietação faz parte do seu dia a dia, sinta-se convidado a estudar o tema. Ele rende pano para manga desde muito, muito tempo atrás. "Os primeiros questionamentos sobre o brincar não estavam relacionados a jogos, brinquedos e brincadeiras, mas focavam a cultura", diz Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

No fim do século 19, o psicólogo e filósofo francês Henri Wallon (1879-1962), o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) e o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) buscavam compreender como os pequenos se relacionavam com o mundo e como produziam cultura. Até então, a concepção dominante era de que eles não faziam isso. "Investigando essa faceta do universo infantil, eles concluíram que boa parte da comunicação das crianças com o ambiente se dá por meio da brincadeira e que é dessa maneira que elas se expressam culturalmente", explica Clélia.

Wallon foi o primeiro a quebrar os paradigmas da época ao dizer que a aprendizagem não depende apenas do ensino de conteúdos: para que ela ocorra, são necessários afeto e movimento também. Ele afirmava que é preciso ficar atento aos interesses dos pequenos e deixá-los se deslocar livremente para que façam descobertas. Levando em conta que as escolas davam muita importância à inteligência e ao desempenho, propôs que considerassem o ser humano de modo integral. Isso significa introduzir na rotina atividades diversificadas, como jogos. Preocupado com o caráter utilitarista do ensino, Wallon pontuou que a diversão deve ter fins em si mesma, possibilitando às crianças o despertar de capacidades, como a articulação com os colegas, sem preocupações didáticas.

Já Piaget, focado no que os pequenos pensam sobre tempo, espaço e movimento, estudou como diferem as características do brincar de acordo com as faixas etárias. Ele descobriu que, enquanto os menores fazem descobertas com experimentações e atividades repetitivas, os maiores lidam com o desafio de compreender o outro e traçar regras comuns para as brincadeiras.

As pesquisas de Vygotsky apontaram que a produção de cultura depende de processos interpessoais. Ou seja, não cabe apenas ao desenvolvimento de um indivíduo, mas às relações dentro de um grupo. Por isso, destacou a importância do professor como mediador e responsável por ampliar o repertório cultural das crianças. Consciente de que elas se comunicam pelo brincar, Vygotsky considerou uma intervenção positiva a apresentação de novas brincadeiras e de instrumentos para enriquecê-las. Ele afirmava que um importante papel da escola é desenvolver a autonomia da turma. E, para ele, esse processo depende de intervenções que coloquem elementos desafiadores nas atividades, possibilitando aos pequenos desenvolver essa habilidade. Continuar lendo...http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/brincar-importante-criancas-pequenas-612994.shtml

 Jogar define a organização da cultura humana


Mais focado na questão do brincar com jogos, o filósofo e historiador holandês Johan Huizinga (1872-1975) se dedicou a observar os aspectos do tema no que diz respeito não só ao universo infantil. Ele se debruçou sobre a questão envolvendo a produção cultural de forma geral, chegando a propor que a nomenclatura Homo ludens fosse usada para distinguir os humanos de outras espécies, como Homo sapiens e Homo faber.

A razão, de acordo com ele, é a seguinte: os jogos fazem parte de todas as fases da vida e estão na base do surgimento e do desenvolvimento da civilização, a ponto de definir a organização cultural das sociedades. Seus mecanismos e suas estruturas estão na essência, por exemplo, de guerras e leis. Com base em levantamentos históricos, Huizinga apontou que ambas têm características semelhantes às encontradas no funcionamento dos jogos. Há espaços definidos para as jogadas - o campo de batalha e o tribunal, respectivamente - e os adversários competem de acordo com regras no intuito de evitar arbitrariedades.

O pensamento infantil ainda desafia os pesquisadores Se com os resultados das pesquisas realizadas entre os séculos 19 e 20, várias questões sobre o brincar foram respondidas, ainda existem muitas sem respostas. Hoje, diversos pesquisadores continuam se dedicando ao tema levando em consideração o que Wallon e seus contemporâneos descobriram.

O filósofo francês Gilles Brougère, por exemplo, se dedica a pesquisar os brinquedos e a relação das crianças com eles em diferentes contextos desde a década de 1970. Ele defende que, mesmo fazendo parte da essência do ser humano, a brincadeira precisa de um contexto social para ocorrer. Com base nessa concepção, define o objeto como algo simbólico e que só tem caráter funcional quando os pequenos o utilizam em brincadeiras. Ao levar em conta esse aspecto, Brougère considera que a intervenção do educador deve ocorrer para socializar as diferentes maneiras de brincar da turma, com conversas e registros.

No Brasil, núcleos de pesquisas também se dedicam ao tema. É o caso do Grupo de Estudo e Pesquisa em Psicopedagogia (Gepesp) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do qual faz parte Rosely Brenelli, doutora em Psicopedagogia. Desde a década de 1980, ela se dedica a pesquisar jogos de regra e sua influência nas interações sociais, focando o ambiente escolar.

O estudo teve como ponto de partida a observação de crianças com dificuldades de aprendizagem para entender como as necessidades delas podem ser supridas com jogos. "Eles surgiram como uma alternativa para o ensino de alguns conteúdos. Mas era necessário entender por que isso ocorria e em que medida seria útil na sala de aula", diz. A pesquisa abordou como as intervenções do educador afetam a construção do raciocínio de uma criança durante o jogo. "Analisamos em que medida isso deve ocorrer para que ela construa suas habilidades."

Outra brasileira que estuda o brincar é Renata Meirelles, mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Com o objetivo de conhecer e divulgar o amplo repertório de jogos, brinquedos e brincadeiras do Brasil, ela se voltou às práticas externas à escola. "Descobri modalidades e variações interessantes a serem exploradas", diz ela.

Além desses estudiosos, existem outros empenhados em desvendar as questões que envolvem jogos, brinquedos e brincadeiras, a relação deles com os pequenos, com a Educação e com você também. Vale a pena conhecer mais a fundo as pesquisas para enriquecer as experiências da turma. Continuar lendo...http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/brincar-importante-criancas-pequenas-612994.shtml?page=1

Oito questões sobre como trabalhar com brinquedos

Conheça as respostas para oito dúvidas frequentes na hora de incorporar esses recursos à rotina dos pequenos para garantir diversão e aprendizagem

Brincar é a linguagem que as crianças usam para se manifestar, descobrir o mundo e interagir com o outro. Quando ela é incentivada, a turma adquire novas habilidades e desenvolve a imaginação e a autonomia. É possível brincar sem ter nada em mãos. Como ocorre durante o pega-pega e a ciranda, por exemplo. Mas os brinquedos têm papel fundamental no desenvolvimento infantil. Para que eles cumpram bem essa função, não basta deixar o acervo da pré-escola ao alcance dos pequenos, imaginando que, por já brincarem sozinhos em casa, eles saberão o que fazer. É essencial oferecer objetos industrializados e artesanais, organizar momentos em que o grupo construa seus próprios brinquedos e ampliar as experiências da meninada. Tudo isso sempre equilibrando quantidade, qualidade e variedade, o que significa exemplares variados, seguros, resistentes e com um bom aspecto estético.


1 Como trabalhar bem sem uma brinquedoteca?
Ela não garante um trabalho bem-feito. Além disso, não é interessante que os brinquedos fiquem restritos a um ambiente. As crianças precisam encontrá-los em vários lugares e momentos. A preocupação maior deve ser em relação à organização do local e ao acesso dos pequenos aos itens. De nada adianta ter uma brinquedoteca se ela sempre estiver fechada ou se a turma só usá-la esporadicamente. Se ela existir, o acesso deve ser livre, assim como a circulação de brinquedos pela escola.

2 O que fazer se não existem brinquedos para todos?
É importante organizá-los para que sejam compartilhados, garantindo que todos brinquem. Os educadores devem planejar intercâmbios de objetos entre as turmas e a interação entre elas, inclusive reunindo crianças de idades diferentes (leia a atividade permanente). A garotada tem muito a ganhar: há trocas de ideias e o brincar se torna mais rico.

3 Armas de brinquedo devem fazer parte do acervo?
Mais do que decidir por incluir armas ou outros objetos, o importante é que as crianças possam elaborar ideias sobre o bem e o mal. Nas brincadeiras, o vilão é tão importante quanto o mocinho, portanto os pequenos têm de lidar com ambos no universo lúdico.

4 Há itens adequados para meninos e para meninas?
Não. Se o brincar é um modo de representar, experimentar e conhecer as culturas, não faz sentido imaginar que panelinhas são só para meninas, e carrinhos, para meninos. Todos precisam ter acesso a qualquer item sem distinção e ficar livres para escolher com o que brincar. Elaine Eleutério, coordenadora pedagógica da CEINF Lafayete Câmara, em Campo Grande, explica que, quando os meninos, por exemplo, se negam a participar das brincadeiras de casinha por acreditarem que isso não é coisa de homem, os educadores entram em cena. "Questionamos a validade da afirmação com os pequenos. Dizemos que existem homens que fazem as tarefas domésticas e perguntamos se a turma conhece alguém que faça isso no dia a dia", diz.

5 É interessante usar sucata para incrementar o acervo?
Sim, não há problema em reaproveitar materiais. Ao eleger quais vão ser usados, é necessário questionar a utilidade que eles terão. Não se trata de aproveitar qualquer coisa para montar brinquedos, e sim criar brinquedos com objetos interessantes, de qualidade, bonitos e que não sejam perigosos. O ideal é deixar à disposição itens de uso não evidente, como rolos de papel-alumínio, e estimular os pequenos a conferir utilidade a ele, montando lunetas, binóculos ou cornetas, por exemplo.

6 Deve-se permitir levar brinquedos de casa?
Sim. As crianças gostam de fazer isso para mostrar aos outros quem são e do que gostam. Também o fazem para ter por perto um objeto pessoal com o qual se identificam e têm familiaridade. Combinados com a turma e com as famílias sobre emprestar os objetos para os colegas brincarem, ter cuidado para não danificá-los, misturá-los ao acervo, perder os esquecê-los ajuda a evitar problemas. É válido elaborar uma lista coletiva do que não é legal levar, dos brinquedos que não se quer emprestar, que tenham peças muito pequenas ou que já existam na escola e divulgá-la para os pais. Estipular um dia para que todos levem seus brinquedos pode ser uma alternativa interessante desde que não seja esse o único dia que eles tenham para brincar.

7 Quais objetos fazem as vezes dos brinquedos?
Há muitos que podem enriquecer a brincadeira. Quem acha que os pequenos precisam de algo específico são os adultos. O acervo pode ter coisas perenes, como caixas de madeira e tecidos. "Eles podem ser usados para construir diversos itens", explica Cisele Ortiz, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. Lupas, fitas métricas e lanternas são ótimos para estimular a meninada a estudar e explorar o ambiente.

8 Como evitar que a turma destrua os brinquedos?
Primeiramente, é fundamental compreender que mesmo os objetos de qualidade não são eternos. Depois, brinquedo desgastado é sinônimo de brinquedo usado. Explique às crianças que cuidados são essenciais para manter os itens em bom estado para serem usados por outros colegas que chegarão à pré-escola no futuro, por exemplo. Novos brinquedos no acervo, principalmente aqueles que o grupo não conhece, pedem atenção. Ninguém sabe como cuidar do que nunca viu e que não sabe como funciona. 

fonte: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/oito-questoes-como-trabalhar-brinquedos-602333.shtml?page=1

sábado, 20 de setembro de 2014

jogo pedagógico matemática

Caixa de coleção
Materiais:
★ caixa de sapato
papel de presente
★ fita adesiva
★ objetos da escolha do aluno

Cada aluno deve ter a sua. E todos aprendem brincando! Como ressalta a professora Danielle, da Lula Lelé: "Desenvolvi esta atividade várias vezes com meus alunos, e o resultado é sempre muito aproveitador e imediato, já que eles adoram colecionar objetos queridos". A meta aqui é contar e relacionar as quantidades aos números.
1. Encape a caixa com o papel de presente
2. Peça para os alunos trazerem objetos que queiram colecionar, como tampinhas, lápis, bonequinhos, figurinhas, carrinhos etc.
Desenvolvimento
Com criatividade, pode-se partir para diversos caminhos a partir das caixas. Conforme as crianças forem trazendo os objetos, peça para elas irem contando os seus e o dos coleguinhas. Quem já conseguiu juntar mais? Oriente-as a compararem as quantidades.

http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/87/artigo181567-2.asp

jogo matemática

Palitinhos coloridos
Materiais:
★ tinta guache na cores verde, azul, vermelha, amarela, rosa, preta, marrom, roxa, cinza e laranja
★ palitinhos de sorvete
fitas de cetim nas mesmas cores
★ canetinha preta
★ cola branca

1. Separe os palitos em 10 montes: o primeiro monte com 1 palito, o segundo com 2 palitos e assim por diante.
2. Cole os palitos (um sobre o outro) de cada monte e deixe secar.
3. Com o guache, pinte cada monte de uma cor.
4. Após secar, amarre as fitas de mesma cor em torno dos montes.
5. Com a canetinha preta, escreva em cima dos montes o número de palitos que eles contêm.
Desenvolvimento
Mantenha os conjuntos de palitos sempre na sala. Eles servirão de auxílio para muitas atividades, pois, sempre que o aluno precisar de ajuda para relacionar a quantidade ao número, pode recorrer a eles. Por exemplo, a professora pede para a criança separar 4 brinquedos. Antes de pegá-los, ela pode conferir nos palitos o que, concretamente, são 4 objetos.

http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/87/artigo181567-2.asp

jogo da memória matemática


Por Talita de Alencar



Jogo da memória
Materiais:
papel cartão
★ canetas hidrocor coloridas
★ adesivos ou desenhos
★ tesoura
 
 Desenvolvimento
1. Distribua os alunos ao redor de uma mesa.
2. Embaralhe as cartas e organize-as de forma em que todos as vejam.
3. Um aluno deve começar escolhendo uma carta.
4. O par é aquele que tiver a quantidade correspondente ao número, ou viceversa. Vá mediando o raciocínio dos alunos.
5. Se ele não conseguiu achar o par, é a vez do próximo ao seu lado, e assim por diante.
6. A brincadeira acaba quando todas as cartas estiverem viradas.

Fonte: http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/87/artigo181567-2.asp

jogo pedagógico: passeio turístico


jogo pedagógico: cão e gato


jogo pedagógico: higiene corporal


jogo pedagógico: A trilha do Simão


Jogo pedagógico: De olho na pista


Dominó palavras: alfabetização





quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A sociabilização da criança

A importância da socialização

A partir da interação com outras pessoas, as crianças se apropriam de signos de sua cultura e se modificam, aprendem a negociar e a compartilhar
Julia Contier
 
Enquanto uma criança brinca, passeia, ouve uma contação de história ou até mesmo participa de uma refeição com outras pessoas, suas funções psicológicas são modificadas. A criança, no entanto, não recebe passivamente esses estímulos, mas atua sobre eles, modificando-os, e incorporando tais transformações na constituição de um plano interno que será a base de seu desenvolvimento. Desse modo, ter amigos, conversar, explorar o mundo e brincar com alguém, discutir, ou mesmo brigar com um companheiro, são situações fundamentais para o desenvolvimento infantil. 

De acordo com a concepção sócio-histórica elaborada a partir do trabalho do estudioso russo L.S.Vigotski, o desenvolvimento humano se cons- trói pela interpretação da criança, desde o nascimento, com outras pessoas, principalmente com aquelas envolvidas afetivamente e efetivamente em sua educação e cuidado, explica Zilma de Moraes Ramos de Oliveira, doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo.

Desenvolvimento potencial

Há tarefas que uma criança não é capaz de realizar sozinha, mas se torna capaz de realizar se alguém lhe der instruções, fizer uma demonstração, fornecer pistas. Como lembra Vigotski, para compreender adequadamente o desenvolvimento é preciso considerar não apenas o nível de desenvolvimento real da criança, mas também seu nível de desenvolvimento potencial, isto é, sua capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de adultos ou de companheiros mais capazes.

“O professor tem papel de mediador, devendo facilitar a aproximação entre as crianças. Deve saber elaborar propostas que podem ser compartilhadas e decidir sobre as práticas que devem ser apropriadas por todo o grupo. A organização de um ambiente propício a isso também é trabalho do professor”, explica a professora do ISE Vera Cruz Silvana Augusto. “Ele deve saber sobre os modos de comunicação próprios da faixa etária, reconhecer as singularidades do grupo de crianças, conhecer o nível de autonomia de cada uma, saber colocar desafios que imponham a elas a necessidade de relacionar-se e resolver problemas contando com a parceria de seus pares.”

Olhar treinado

Na teoria do psicólogo francês Henri Wallon – outro pesquisador que se debruçou sobre o desenvolvimento infantil –, o professor que quer trabalhar com criança precisa entender de criança. Além dos estudos dos processos de desenvolvimento, deve ter uma característica de observador para conhecer o outro. “Somente um olhar treinado para não julgar, determinar ou concluir sobre o outro, como algo já conhecido e ‘dominado’, poderá fazer um bom educador”, afirma Beleni Saléte Grando, professora doutora em Educação.
“Ao conhecer os processos de desenvolvimento da criança, o professor estará ciente de qual fase ela se encontra, ou estágios de desenvolvimento e, com isso, melhor compreenderá como contribuir para que ela possa se desenvolver, já que este desenvolvimento passa, necessariamente pelo conflito e pela relação com o outro, inclusive com outras crianças”, diz Beleni. “Se o adulto está atento ao que ela está vivenciando, a partir dela mesma, poderá contribuir criando espaços de interação nos quais cada um possa se perceber e perceber o outro”, completa. 
Fonte:  http://www.revistaei.com.br/edicao/4/conceito-em-pratica/a-importancia-da-socializacao