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sábado, 25 de julho de 2009

Atividades de alfabetização




















































projeto didático "Folclore"

TURMA: 2º Ano do Ensino Fundamental
Turno: Matutino
Professora:
Período:

Justificativa

Folclore é a maneira de agir, pensar e sentir de um povo ou grupo com as qualidades ou atributos que lhe são inerentes, seja qual for o lugar onde se situa, o tempo e a cultura. Não é apenas o passado, a tradição; ele é vivo e está ligado à nossa vida de um jeito muito forte. Por isso, é tão importante conhecê-lo.
O saber folclórico é o que aprendemos informalmente no mundo, por meio do convívio social – por via oral ou por imitação. Ele é universal, embora aconteçam adaptações locais ou regionais, como conseqüência dos acréscimos da coletividade.
“Folclore é o conjunto de coisas que o povo sabe, sem saber quem ensinou.” (Xavier,
O professor deve saber aproveitar o atraente, rico e variado mundo do folclore, como fonte inesgotável de motivação didática e de elevada importância pedagógica.
Este trabalho será desenvolvido através de fundamentação teórica por parte do professor e dos próprios alunos e realizada em sala de aula, a partir do lar, da família, estendendo-se à vizinhança e à comunidade. Desta maneira, o trabalho pode ser regionalizado, enfatizando-se as manifestações ligadas às atividades locais. Outra experiência folclórica, a culinária, resulta do encontro de diferentes culturas, diversidade do clima e abundância de recursos naturais. Por meio dela, o professor pode trabalhar os sentidos, a matemática, a estética e a saúde alimentar dentre uma infinidade de outros aspectos.

Objetivos

 Resgatar , vivenciar e valorizar manifestações da cultura popular brasileira;
 Conhecer a importância do folclore para a comunidade.

Metodologia Pesquisar com os alunos manifestações da cultura popular brasileira
 Analisar cada uma delas.
 Criar desenhos que possam ilustrar o trabalho.

O que pode ser trabalhado com este projeto?

Língua Portuguesa -> ortografia, escrita e leitura.
Artes -> criatividade, expressão gráfica.
Estudos Sociais -> as regiões, os costumes, a maneira de expressar-se.
Atividades Pesquisar sobre o folclore
 Discutir com o grupo a cultura popular brasileira
 Construir um texto próprio sobre folclore
 Ilustrar

Produção Final Confecção de um livro de folclore a partir dos trabalhos dos próprios alunos

projeto didático " A Família no ambiente escolar"



1° TRIMESTRE DE 2009.
1.IDENTIFICAÇÃO:
SÉRIE: 1° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
TOTAL DE ALUNOS:
DOCENTE:
2.TEMA:
A FAMILIA NO AMBIENTE ESCOLAR

3.SUBTEMAS:
Família
Escola
Criança

4.JUSTIFICATIVA:

O envolvimento e a participação da família no ambiente escolar nos dias atuais, é considerado um componente importante para o desempenho ideal das instituições de ensino, e para a segurança da criança em sua vida escolar.
O ambiente escolar tem sem dúvida, uma função importantíssima, a educadora. Por isso se faz necessário que a família procure acompanhar o desenvolvimento da criança em todo o seu processo de aprendizagem, tanto no lar quanto na sua atividade na escola.
5. OBJETIVO GERAL:
Desenvolver um trabalho coletivo no ambiente escolar incluindo a família no processo ensino-aprendizagem, como parceiros e colaboradores, estimulando o crescimento do aluno, resgatando o fortalecimento da auto-estima.

6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Valorizar dentro do ambiente escolar e familiar a importância do diálogo;
Promover a integração entre família e escola, estimulando o rendimento e o comportamento escolar;
Ressaltar a importância da afetividade na escola e na família;
Trabalhar o lógico-matemático, lingüística e produção de textos coletivos;
Orientar os alunos sobre os direitos e deveres de cada um (normas da escola);
Adotar atitudes de solidariedade, companheirismo, respeito e cooperação;
Aprender a resolver conflitos por meio do diálogo, ouvir e respeitar os outros

7.DESENVOLVIMENTO:
Conversação;
Filmes;
Cantigas de roda
Histórias;
Músicas;
Contos;
Passeio na casa dos alunos;
Promover jogos;
Piquenique;
Conversação sobre a família;
Origem do nome;
Álbum do nome;
Pesquisa da família montando a árvore geanológica;
Trazer fotografias da família;
Mural com palavras mágicas que ajudam na boa convivência;
Ajudante do dia;
Corpo humano;
Cuidado com as coisas alheias.

7.1- Metodologia:
Adaptar filmes sobre a família;
Trabalhar histórias em quadrinhos, literárias, músicas, fantoches, teatro e conto partindo do tema;
Discutir o desempenho de cada membro da família, as diferenças e semelhanças;
Fazer mural da família (com fotos ou recortes), mostrando as diversas estruturas familiares, ressaltando a importância do amor, respeito, solidariedade, perdão...;
Trabalhar a auto-estima e a responsabilidade de cada aluno, partindo do ajudante do dia;
Trabalhar com os conteúdos sobre higiene e fazer com que eles se reflitam também em casa.

7.2- CONTEÚDOS:
Linguagem oral e escrita: textos coletivos, utilização da escrita, recorte de palavras relacionadas com o tema, leitura de textos complementares;
Lógico-matemático: contagem de letras, gravuras e situações-problemas
História e Geografia: árvore geanológica, comparar fotos passadas e atuais da criança/escola e criança/ família, localização da escola em relação da residência de cada aluno;
Ciências; higiene e corpo humano;
Ensino Religioso; confecção de cartazes, ressaltar a importância do trabalho em grupo e o respeito ao próximo.

8.ATIVIDADES:
Releitura de filme sobre a família;
Utilizar recortes e desenhos livres, partindo de história em quadrinhos e leituras;
Trabalhar os diversos tipos de moradias, através de histórias infantis (Os três porquinhos) e visitas (casa dos alunos) ou de recortes de revistas;
Pedir para os alunos que pesquisem com seus pais e avós sobre a sua origem;
Recorte de revistas ou fotos da família para montar um mural sobre o tema;
Partindo do tema higiene, pedir para que as crianças tragam de casa, rótulos de produtos de higiene para colar num painel de onde se fará outras atividades: (com que letra começa..., quantidade de letras etc);
Trabalhar vários textos coletivos a partir do tema do dia.

9.AVALIAÇÃO:
Será feita através de registros, de acordo com a participação, interesse e desenvolvimento de cada aluno, individual e coletivamente.
10. CRONOGRAMA:
Será desenvolvidos nos meses, de março, abril e maio.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Projeto didático "Alfabetização Construtivista"



INSTITUIÇÃO:

MUNICÍPIO:
ANO:
TURMAS: 1º ao 5º Ano do Ensino Fundamental
TURNO:
DURAÇÃO DO PROJETO: O ano todo.
PROFESSORA:

DISCIPLINA: Língua Portuguesa
CONTEÚDO: Sistema de escrita e linguagem escrita ( texto instrucional).

JUSTIFICATIVA:

Alfabetizar significa muito mais que simplesmente ensinar a traçar letras ou decodificar palavras. Este projeto didático propõe através de atividades construtivistas que a criança possa se apropriar do sistema de escrita, ao mesmo tempo em que vai conhecendo a linguagem escrita, ou seja, os diversos tipos de textos presentes na sociedade.
Este trabalho propõe uma articulação entre as duas aprendizagens que a criança em início de alfabetização precisa empreender: o conhecimento do sistema de escrita alfabético e a linguagem escrita expressa em vários textos presentes na sociedade. Assim, todas as crianças deverão estar envolvidas em todos os momentos do trabalho, mesmo aquelas que ainda não escrevem convencionalmente. Neste caso, o professor deve ser intérprete e, às vezes, escriba da produção do aluno. A atividade proposta trabalha com três tipos de textos, a saber:

OBJETIVO GERAL:

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Com este trabalho, pretende-se que os alunos sejam capazes de:

a) Falar e ouvir em diversas situações nas quais faz sentido expor opiniões, ouvir com atenção, sintetizar idéias, defender pontos de vista e replicar;

b) Perceber as propriedades da escrita: letras como representação de fonemas, direção da escrita, combinação das letras, formas e tipos de letras;

c) Ler e escrever diversos tipos de textos em situações comunicativas específicas;

d) Valorizar o resgate das brincadeiras, comparando-as no espaço e no tempo

RECURSOS DIDÁTICOS:

Cartolina, papel sulfite, lápis de cor/cera e canetas coloridas.

METODOLOGIA:

As atividades serão desenvolvidas de forma individual e coletiva com a interação professor e aluno em sala de aula.

AVALIAÇÃO:

Ao longo do desenvolvimento da atividade, é possível avaliar como o aluno:
utilizou a linguagem (oral e escrita) em determinadas situações nas quais faz sentido falar, ouvir, ler ou escrever; discutiu oralmente; trabalhou os aspectos gráficos e os elementos lingüísticos dos textos trabalhados: lista, texto de instruções e cartaz. elaborou sínteses escritas para divulgação do trabalhos através de cartazes; relacionou suas hipóteses de escrita com as propriedades da escrita convencional, quando foi necessário ajustar o que fala ou ouve com o que precisa escrever.


♥Aprofundamento do conteúdo


LISTA - texto com palavras do mesmo campo semântico com uma disposição gráfica vertical ou horizontal. Texto que procura organizar informações e que exercita a memória. Ao lado deste conhecimento textual, pode-se contribuir para que a criança vá conhecendo as características do sistema de escrita, se forem sendo estabelecidas comparações no que se refere ao conhecimento/uso de letras como representação de fonemas, a direção da escrita, a distribuição das unidades gráficas das palavras (quais e quantas letras em cada vocábulo; quais iniciam com a mesma letra, quais têm a última letra igual, etc), as formas e tipos de letras;

TEXTO INSTRUCIONAL - que prescreve ações/orientações precisas para a realização de tarefas, no caso, as regras de brincadeiras infantis: nome da brincadeira, lista de quantas pessoas e/ou materiais usados (se for o caso), modo de brincar (com uso de verbos no imperativo que é o modo da ordem ou pedido);

CARTAZ - possibilita registrar e divulgar as sínteses feitas pelos alunos no decorrer do trabalho. O cartaz é um tipo de texto breve sobre cartolina ou cartões cuja organização espacial no papel (diagramação, cores, tamanho de letras) deve permitir a leitura à distância.

Receitas para Massa de Modelar

Receita 

1(massa de pão)
Material:
· 4 xícaras de farinha de trigo,
· 1 xícara de sal,
· 1 e meia xícara de água,
· 1 colher de (chá) de óleo
Modo de Fazer:
· Numa tigela, misturar todos os ingredientes, amassar bem até ficar boa para modelar.
· Guardar em saco plástico ou vidro bem tampado.Atenção: Esta receita não precisa ir ao fogo.
· Não seca ao sol, mas você pode colocar as peças modeladas numa forma e pedir para um adulto colocar em forno brando para assar.
· Depois de assadas, é só pintar com tinta para artesanato ou tinta preparada por você através de nossas receitas.
Receita 2
Material:
· 1:500 g de maisena,
· 100 g de sal,
· uma colher de (café) óleo,
· tinta vegetal
Modo de Fazer:
· Misturar a maisena e o sal.
· Juntar água suficiente para formar uma pasta.
· Pedir para um adulto levar a massa ao fogo, mexendo sempre.
· Acrescentar o óleo e o corante.
· Guardar em saco plástico ou vidro bem tampado.
· Atenção: a massa não deve ser deixada para secar ao sol.
· Ela se conserva por vários meses, independente de qualquer produto químico.
Receita 3
Material:
· 2 xícaras e meia de maisena
· 1 xícara de salmeia xícara de água
· uma pitada de corante.
Modo de Fazer:
· Misturar todos os ingredientes.
· Pedir para um adulto levar a massa ao fogo em banho-maria até desprender da panela.
· Guardar em saco plástico ou vidro bem tampado.
· Atenção: a massa não deve ser deixada para secar ao sol.
· Ela se conserva por vários meses, independente de qualquer produto químico.
Este brinquedo foi tirado do livro: Brinquedo, desafio e descoberta: subsídios para utilização e confecção de brinquedos / Nylse Helena da Silva Cunha.Publicada pela FAE - Fundação de Assistência ao Estudante.
Fonte:http://www.netds.com.br/kids/

Teoria de Vygotsky

Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896, viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que as funções psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem.Mediação: uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico é a idéia de mediação: enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.Usa o termo função mental para referir-se aos processos de: pensamento, memória, percepção e atenção. Coloca que o pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade, impulso, afeto e emoção.A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento.Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal ( distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial ) nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência anterior para a criança.O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental.Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social - relações interpessoais - para o plano individual interno - relações intra-pessoais.Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na zona proximal.Vemos ainda como fator relevante para a educação, decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como intencionais, deliberados, sendo o objeto dessa intervenção : a construção de conceitos.O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos desenvolvidos no decorrer das interações sociais, diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte de um sistema organizado de conhecimentos.
A aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas.Ao observar a zona proximal, o educador pode orientar o aprendizado no sentido de adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real. Nesse ínterim, o ensino deve passar do grupo para o indivíduo. Em outras palavras, o ambiente influenciaria a internalização das atividades cognitivas no indivíduo, de modo que, o aprendizado gere o desenvolvimento. Portanto, o desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio do aprendizado.

Vygotsky, teve contato com a obra de Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos aspectos, também a critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à situação social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado de socio-interacionista, e não apenas de interacionista como Piaget.Piaget coloca ênfase nos aspectos estruturais e nas leis de caráter universal ( de origem biológica) do desenvolvimento, enquanto Vygotsky destaca as contribuições da cultura, da interação social e a dimensão histórica do desenvolvimento mental.
Mas, ambos são construtivistas em suas concepções do desenvolvimento intelectual. Ou seja, sustentam que a inteligência é construída a partir das relações recíprocas do homem com o meio.





Se fosse necessário definir o caráter específico da teoria de Vygotsky mediante uma série de palavras chaves, seria preciso que fossem mencionadas ao menos as seguintes: sociabilidade do homem, interação social, signo e instrumento, cultura, história e funções mentais superiores. E, se fosse necessário organizar essas palavras em uma única expressão, poderíamos dizer que a teoria de Vygotsky é uma "teoria sócio-histórico-cultural do desenvolvimento das funções mentais superiores", ainda que ela seja mais conhecida com o nome de "teoria histórico-cultural".
Para Vygotsky o ser humano se caracteriza por uma sociabilidade primária. Henri Wallon expressa a mesma idéia de modo mais categórico: "Ele (o indivíduo) é geneticamente social". (Wallon, 1959)Na época de Vygotsky este princípio não passava de um postulado, uma hipótese puramente teórica. Porém, atualmente, pode-se afirmar que a tese de uma sociabilidade primária, e, em parte, geneticamente determinada, possui quase um estatuto de fato científico estabelecido como resultado da convergência de duas correntes de investigação: por um lado, as investigações biológicas, como as relativas ao papel que desempenha a sociabilidade na antroprogênese; por outro lado, as recentes investigações empíricas sobre o desenvolvimento social da primeira infância que demonstram amplamente a tese de uma sociabilidade primária e precoce. A sociabilidade da criança é o ponto de partida das interações sociais com o meio que o rodeia. Os problemas de interesse da psicologia da interação social são atualmente bastante conhecidos e, por esse motivo, nos limitaremos aqui a mencionar brevemente algumas particularidades da concepção de Vygotsky. Por origem e por natureza o ser humano não pode existir nem experimentar o desenvolvimento próprio de sua espécie como uma ilha isolada, tem necessariamente seu prolongamento nos demais; de modo isolado não é um ser completo. Para o desenvolvimento da criança principalmente na primeira infância, o que se reveste de importância primordial são as interações assimétricas, isto é, as interações com os adultos portadores de todas as mensagens da cultura. Nesse tipo de interação o papel essencial corresponde aos signos, aos diferentes sistemas semióticos, que, do ponto de vista genético, tem primeiro uma função de comunicação e logo uma função individual: começam a ser utilizados como instrumentos de organização e de controle do comportamento individual. Este é precisamente o elemento fundamental da concepção que Vygotsky tem da interação social: no processo de desenvolvimento desempenha um papel formador e construtor. Isso significa simplesmente que algumas das categorias de funções mentais superiores (atenção voluntária, memória lógica, pensamento verbal e conceitual, emoções complexas, etc.) não poderiam surgir e constituir-se no processo do desenvolvimento sem a contribuição construtora das interações sociais.
Conclusões importantes para a educação
Em primeiro lugar, nos encontramos ante uma solução original do problema da relação entre desenvolvimento e aprendizagem: inclusive quanto se trata de uma função em grande parte determinada pela herança (como ocorre com a linguagem), a contribuição do meio social (isto é da aprendizagem) prossegue tendo um caráter construtor e, portanto, não se reduz unicamente ao papel de ativador, como no caso do instinto, nem tão pouco a de estímulo ao desenvolvimento que se limita a acelerar ou retardar as formas de comportamento que aparecem sem ele. A contribuição da aprendizagem consiste no fato de colocar à disposição do indivíduo um poderoso instrumento: a língua. No processo de aquisição este instrumento se converte em uma parte integrante das estruturas psíquicas do indivíduo (a evolução da linguagem). Porém, existe algo mais: as novas aquisições (a linguagem), de origem social, operam em interação com outras funções mentais, por exemplo, o pensamento. Deste encontro nascem funções novas, como o pensamento verbal. Neste ponto nos encontramos com uma tese de Vygotsky que ainda não tem sido suficientemente assimilada e utilizada nas pesquisas, nem sequer na psicologia atual. O fundamental no desenvolvimento não constitui no progresso de cada função considerada em separado, mas sim, na mudança das relações entre as diferentes funções, tais como a memória lógica, o pensamento verbal, etc..., isto quer dizer, o desenvolvimento consiste na formação de funções compostas, de sistemas de funções, de funções sistemáticas e de sistemas funcionais. A análise de Vygotsky sob as relações entre desenvolvimento e aprendizagem no que respeita à aquisição da linguagem nos leva a definir o primeiro modelo de desenvolvimento nestes termos: em um processo natural de desenvolvimento, a aprendizagem se apresenta como um meio que fortalece esse processo natural, coloca à sua disposição os instrumentos criados pela cultura que ampliam as possibilidades naturais do indivíduo e reestruturam suas funções mentais. O papel dos adultos, enquanto representantes da cultura no processo de aquisição da linguagem pela criança e de apropriação de uma parte a cultura ( a língua), nos leva a descrever um novo tipo de interação que desempenha um papel determinante na teoria de Vygotsky. Com efeito, além da interação social, há nesta teoria uma interação com os produtos da cultura. Esses tipos de interação manifestam-se em forma de interação sóciocultural. No conjunto das aquisições da cultura, ele centra sua análise naquelas que têm por objeto controlar os processos mentais e comportamentos do homem. Se trata dos diferentes instrumentos e técnicas (inclusive tecnologias) que o homem assimila e orienta face a si mesmo para influir em suas próprias funções mentais. Deste modo é criado um sistema gigantesco de " estímulos artificiais e exteriores" mediante os quais o homem domina seus próprios estados interiores. A cultura cria um número cada vez maior de poderosos auxiliares externos (instrumentos, aparatos, tecnologias) que apóiam os processos psicológicos. Além dos auxiliares externos, existem os instrumentos psicológicos contidos nas obras culturais que podemos interiorizar. Tratam-se dos sistemas semióticos, procedimentos e técnicas conceituais dos meios de comunicação, operações e estruturas de caráter intelectual que se dão em todas as aquisições da cultura. Esse enfoque pode ser explicado mediante o exemplo de um instrumento tal como a língua escrita. A língua escrita e a cultura livresca mudam profundamente os modos de funcionamento da percepção, da memória e do pensamento. Ao apropriar-se da língua escrita o indivíduo se apropria das técnicas oferecidas por sua cultura, e que, a partir deste momento, se tornam "técnicas interiores" ( Vygotsky utiliza aqui a expressão de Claparède). Desta maneira, um instrumento cultural se instalada no indivíduo e se converte em um instrumento individual privado. No miolo destas investigações se encontra a aquisição dos sistemas de conceitos científicos, a mais importante durante o período escolar. Segundo a concepção de Vygotsky o sistema de conceitos científicos constitui um instrumento cultural portador, por sua vez, de mensagens profundas e, ao assimilá-lo, a criança modifica profundamente seu modo de pensar. O processo de aquisição dos sistemas de conceitos científicos é possível através da educação sistemática de tipo escolar. A contribuição da educação organizada e sistemática é, neste ponto, fundamental em comparação com a aquisição da linguagem oral, em que a aprendizagem desempenha um papel construtor mas que somente requer a presença de adultos que possuam a língua na qualidade de participantes das atividades comuns. Fala-se neste caso de um segundo modelo de desenvolvimento. Vygotsky o denomina "desenvolvimento artificial": "Se pode definir a educação como o desenvolvimento artificial da criança [...] A educação não se limita somente ao fato de exercer uma influência nos processos de desenvolvimento, já que reestrutura de modo fundamental todas as funções do comportamento". (Vygotsky, 1982-1984, vol.I, p. 107). O essencial é que a educação se converte em desenvolvimento, enquanto no primeiro modelo não era mais que o meio de fortalecer o processo natural; aqui, a educação constitui uma fonte relativamente independente do desenvolvimento. A análise deste segundo modelo de desenvolvimento, denominado "desenvolvimento artificial", cujo exemplo característico é o processo de aquisição de sistemas de conceitos, levou Vygotsky a descobrir a dimensão metacognitiva do desenvolvimento. Com efeito, a aquisição de conhecimentos baseados em tal grau de generalização, a interdependência dos conceitos dentro de uma rede de conceitos que permite passar facilmente de um a outro, as operações intelectuais que podem ser executadas com facilidade e a existência de modelos exteriores da aplicação destas operações facilitam a tomada de consciência e o controle do indivíduo no que alude a seus próprios processos cognocitivos. Assim, ainda na atualidade, a teoria de Vygotsky é a única a oferecer, ao menos em princípio, a possibilidade de conceituar cientificamente os processos metacognitivos, que permite vincular esta dimensão do desenvolvimento cognoscitivo em geral e explicar a origem desta capacidade do indivíduo para controlar seus próprios processos interiores.
Possíveis aplicações da teoria de Vygotsky sobre o desenvolvimento mental para a pesquisa e a prática pedagógica
Em primeiro lugar esta teoria poderia, pois, ser utilizada com eficácia para melhor compreender os fenômenos educativos, e sobretudo o papel desempenhado pelo pelo desenvolvimento para elaborar pesquisas pedagógicas e procurar encontrar aplicações práticas. Em segundo lugar, graças à teoria de Vygotsky introduziu-se na psicologia contemporânea, de modo direto ou indireto, todo um conjunto de novos problemas de investigação empírica que se revestem da maior importância para a educação: investigações sobre a sociabilidade precoce da criança que tem contribuído para uma melhor compreensão da primeira infância; as relações entre as interações sociais e o desenvolvimento cognoscitivo; as atuais investigações sobre a mediação semiótica, o papel que desempenham os sistemas semióticos no desenvolvimento mental e desenvolvimento da linguagem; são todas fortemente influenciadas pelas teses de Vygotsky, entre tantas outras.

Teoria de Vygotsky

Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896, viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que as funções psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem.Mediação: uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico é a idéia de mediação: enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.Usa o termo função mental para referir-se aos processos de: pensamento, memória, percepção e atenção. Coloca que o pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade, impulso, afeto e emoção.A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento.Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal ( distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial ) nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência anterior para a criança.O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental.Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social - relações interpessoais - para o plano individual interno - relações intra-pessoais.Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na zona proximal.Vemos ainda como fator relevante para a educação, decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como intencionais, deliberados, sendo o objeto dessa intervenção : a construção de conceitos.O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos desenvolvidos no decorrer das interações sociais, diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte de um sistema organizado de conhecimentos.
A aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas.Ao observar a zona proximal, o educador pode orientar o aprendizado no sentido de adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real. Nesse ínterim, o ensino deve passar do grupo para o indivíduo. Em outras palavras, o ambiente influenciaria a internalização das atividades cognitivas no indivíduo, de modo que, o aprendizado gere o desenvolvimento. Portanto, o desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio do aprendizado.

Vygotsky, teve contato com a obra de Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos aspectos, também a critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à situação social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado de socio-interacionista, e não apenas de interacionista como Piaget.Piaget coloca ênfase nos aspectos estruturais e nas leis de caráter universal ( de origem biológica) do desenvolvimento, enquanto Vygotsky destaca as contribuições da cultura, da interação social e a dimensão histórica do desenvolvimento mental.
Mas, ambos são construtivistas em suas concepções do desenvolvimento intelectual. Ou seja, sustentam que a inteligência é construída a partir das relações recíprocas do homem com o meio.





Se fosse necessário definir o caráter específico da teoria de Vygotsky mediante uma série de palavras chaves, seria preciso que fossem mencionadas ao menos as seguintes: sociabilidade do homem, interação social, signo e instrumento, cultura, história e funções mentais superiores. E, se fosse necessário organizar essas palavras em uma única expressão, poderíamos dizer que a teoria de Vygotsky é uma "teoria sócio-histórico-cultural do desenvolvimento das funções mentais superiores", ainda que ela seja mais conhecida com o nome de "teoria histórico-cultural".
Para Vygotsky o ser humano se caracteriza por uma sociabilidade primária. Henri Wallon expressa a mesma idéia de modo mais categórico: "Ele (o indivíduo) é geneticamente social". (Wallon, 1959)Na época de Vygotsky este princípio não passava de um postulado, uma hipótese puramente teórica. Porém, atualmente, pode-se afirmar que a tese de uma sociabilidade primária, e, em parte, geneticamente determinada, possui quase um estatuto de fato científico estabelecido como resultado da convergência de duas correntes de investigação: por um lado, as investigações biológicas, como as relativas ao papel que desempenha a sociabilidade na antroprogênese; por outro lado, as recentes investigações empíricas sobre o desenvolvimento social da primeira infância que demonstram amplamente a tese de uma sociabilidade primária e precoce. A sociabilidade da criança é o ponto de partida das interações sociais com o meio que o rodeia. Os problemas de interesse da psicologia da interação social são atualmente bastante conhecidos e, por esse motivo, nos limitaremos aqui a mencionar brevemente algumas particularidades da concepção de Vygotsky. Por origem e por natureza o ser humano não pode existir nem experimentar o desenvolvimento próprio de sua espécie como uma ilha isolada, tem necessariamente seu prolongamento nos demais; de modo isolado não é um ser completo. Para o desenvolvimento da criança principalmente na primeira infância, o que se reveste de importância primordial são as interações assimétricas, isto é, as interações com os adultos portadores de todas as mensagens da cultura. Nesse tipo de interação o papel essencial corresponde aos signos, aos diferentes sistemas semióticos, que, do ponto de vista genético, tem primeiro uma função de comunicação e logo uma função individual: começam a ser utilizados como instrumentos de organização e de controle do comportamento individual. Este é precisamente o elemento fundamental da concepção que Vygotsky tem da interação social: no processo de desenvolvimento desempenha um papel formador e construtor. Isso significa simplesmente que algumas das categorias de funções mentais superiores (atenção voluntária, memória lógica, pensamento verbal e conceitual, emoções complexas, etc.) não poderiam surgir e constituir-se no processo do desenvolvimento sem a contribuição construtora das interações sociais.
Conclusões importantes para a educação
Em primeiro lugar, nos encontramos ante uma solução original do problema da relação entre desenvolvimento e aprendizagem: inclusive quanto se trata de uma função em grande parte determinada pela herança (como ocorre com a linguagem), a contribuição do meio social (isto é da aprendizagem) prossegue tendo um caráter construtor e, portanto, não se reduz unicamente ao papel de ativador, como no caso do instinto, nem tão pouco a de estímulo ao desenvolvimento que se limita a acelerar ou retardar as formas de comportamento que aparecem sem ele. A contribuição da aprendizagem consiste no fato de colocar à disposição do indivíduo um poderoso instrumento: a língua. No processo de aquisição este instrumento se converte em uma parte integrante das estruturas psíquicas do indivíduo (a evolução da linguagem). Porém, existe algo mais: as novas aquisições (a linguagem), de origem social, operam em interação com outras funções mentais, por exemplo, o pensamento. Deste encontro nascem funções novas, como o pensamento verbal. Neste ponto nos encontramos com uma tese de Vygotsky que ainda não tem sido suficientemente assimilada e utilizada nas pesquisas, nem sequer na psicologia atual. O fundamental no desenvolvimento não constitui no progresso de cada função considerada em separado, mas sim, na mudança das relações entre as diferentes funções, tais como a memória lógica, o pensamento verbal, etc..., isto quer dizer, o desenvolvimento consiste na formação de funções compostas, de sistemas de funções, de funções sistemáticas e de sistemas funcionais. A análise de Vygotsky sob as relações entre desenvolvimento e aprendizagem no que respeita à aquisição da linguagem nos leva a definir o primeiro modelo de desenvolvimento nestes termos: em um processo natural de desenvolvimento, a aprendizagem se apresenta como um meio que fortalece esse processo natural, coloca à sua disposição os instrumentos criados pela cultura que ampliam as possibilidades naturais do indivíduo e reestruturam suas funções mentais. O papel dos adultos, enquanto representantes da cultura no processo de aquisição da linguagem pela criança e de apropriação de uma parte a cultura ( a língua), nos leva a descrever um novo tipo de interação que desempenha um papel determinante na teoria de Vygotsky. Com efeito, além da interação social, há nesta teoria uma interação com os produtos da cultura. Esses tipos de interação manifestam-se em forma de interação sóciocultural. No conjunto das aquisições da cultura, ele centra sua análise naquelas que têm por objeto controlar os processos mentais e comportamentos do homem. Se trata dos diferentes instrumentos e técnicas (inclusive tecnologias) que o homem assimila e orienta face a si mesmo para influir em suas próprias funções mentais. Deste modo é criado um sistema gigantesco de " estímulos artificiais e exteriores" mediante os quais o homem domina seus próprios estados interiores. A cultura cria um número cada vez maior de poderosos auxiliares externos (instrumentos, aparatos, tecnologias) que apóiam os processos psicológicos. Além dos auxiliares externos, existem os instrumentos psicológicos contidos nas obras culturais que podemos interiorizar. Tratam-se dos sistemas semióticos, procedimentos e técnicas conceituais dos meios de comunicação, operações e estruturas de caráter intelectual que se dão em todas as aquisições da cultura. Esse enfoque pode ser explicado mediante o exemplo de um instrumento tal como a língua escrita. A língua escrita e a cultura livresca mudam profundamente os modos de funcionamento da percepção, da memória e do pensamento. Ao apropriar-se da língua escrita o indivíduo se apropria das técnicas oferecidas por sua cultura, e que, a partir deste momento, se tornam "técnicas interiores" ( Vygotsky utiliza aqui a expressão de Claparède). Desta maneira, um instrumento cultural se instalada no indivíduo e se converte em um instrumento individual privado. No miolo destas investigações se encontra a aquisição dos sistemas de conceitos científicos, a mais importante durante o período escolar. Segundo a concepção de Vygotsky o sistema de conceitos científicos constitui um instrumento cultural portador, por sua vez, de mensagens profundas e, ao assimilá-lo, a criança modifica profundamente seu modo de pensar. O processo de aquisição dos sistemas de conceitos científicos é possível através da educação sistemática de tipo escolar. A contribuição da educação organizada e sistemática é, neste ponto, fundamental em comparação com a aquisição da linguagem oral, em que a aprendizagem desempenha um papel construtor mas que somente requer a presença de adultos que possuam a língua na qualidade de participantes das atividades comuns. Fala-se neste caso de um segundo modelo de desenvolvimento. Vygotsky o denomina "desenvolvimento artificial": "Se pode definir a educação como o desenvolvimento artificial da criança [...] A educação não se limita somente ao fato de exercer uma influência nos processos de desenvolvimento, já que reestrutura de modo fundamental todas as funções do comportamento". (Vygotsky, 1982-1984, vol.I, p. 107). O essencial é que a educação se converte em desenvolvimento, enquanto no primeiro modelo não era mais que o meio de fortalecer o processo natural; aqui, a educação constitui uma fonte relativamente independente do desenvolvimento. A análise deste segundo modelo de desenvolvimento, denominado "desenvolvimento artificial", cujo exemplo característico é o processo de aquisição de sistemas de conceitos, levou Vygotsky a descobrir a dimensão metacognitiva do desenvolvimento. Com efeito, a aquisição de conhecimentos baseados em tal grau de generalização, a interdependência dos conceitos dentro de uma rede de conceitos que permite passar facilmente de um a outro, as operações intelectuais que podem ser executadas com facilidade e a existência de modelos exteriores da aplicação destas operações facilitam a tomada de consciência e o controle do indivíduo no que alude a seus próprios processos cognocitivos. Assim, ainda na atualidade, a teoria de Vygotsky é a única a oferecer, ao menos em princípio, a possibilidade de conceituar cientificamente os processos metacognitivos, que permite vincular esta dimensão do desenvolvimento cognoscitivo em geral e explicar a origem desta capacidade do indivíduo para controlar seus próprios processos interiores.
Possíveis aplicações da teoria de Vygotsky sobre o desenvolvimento mental para a pesquisa e a prática pedagógica
Em primeiro lugar esta teoria poderia, pois, ser utilizada com eficácia para melhor compreender os fenômenos educativos, e sobretudo o papel desempenhado pelo pelo desenvolvimento para elaborar pesquisas pedagógicas e procurar encontrar aplicações práticas. Em segundo lugar, graças à teoria de Vygotsky introduziu-se na psicologia contemporânea, de modo direto ou indireto, todo um conjunto de novos problemas de investigação empírica que se revestem da maior importância para a educação: investigações sobre a sociabilidade precoce da criança que tem contribuído para uma melhor compreensão da primeira infância; as relações entre as interações sociais e o desenvolvimento cognoscitivo; as atuais investigações sobre a mediação semiótica, o papel que desempenham os sistemas semióticos no desenvolvimento mental e desenvolvimento da linguagem; são todas fortemente influenciadas pelas teses de Vygotsky, entre tantas outras.

Teoria Piaget

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo destacar de forma fundamentada e resumida sobre a teoria de Jean Piaget.
A preocupação central de Jean Piaget foi responder à questão de como se constrói o conhecimento. Voltou-se ao estudo da gênese do conhecimento, com o intuito de compreender como um conhecimento mais elementar progride até o pensamento mais abstrato e elaborado. A epistemologia genética procura mostrar, com o apoio da experimentação, os processos fundamentais da formação do conhecimento na criança. Piaget considera que não é possível compreender a conduta do adulto sem a perspectiva evolutiva. Sob essa perspectiva, apresenta comparações detalhadas entre os estados de desenvolvimento sucessivos.

DESENVOLVIMENTO

Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suiça no dia 9 de agosto de 1896 e faleceu em Genebra em 17 de setembro de 1980. Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Como epistemólogo, investigou o processo de construção do conhecimento, sendo que nos últimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lógico-matemático.
Piaget foi um menino prodígio. Interessou-se por história natural ainda em sua infância. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre a observação de um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o inicio de sua brilhante carreira cientifica. Aos sábados, Piaget trabalhava gratuitamente no Museu de História Natural. Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou biologia e filosofia. E recebeu seu doutorado em biologia em 1918, aos 22 anos de idade. Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma clinica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele passou a combinar a psicologia experimental – que é um estudo formal e sistemático – com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes.
Em 1919, Piaget mudou-se para a França onde foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência padronizados para crianças. Piaget notou que criançasfrancesas da mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu que o pensamento se desenvolve gradualmente. O ano de 1919 foi o marco em sua vida. Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de biologia levou-o a enxergar odesenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa. Em 1921, Piaget voltou a Suíça e tornou-se diretor de estudos do Instituto J. J. Rousseau da Universidade de Genebra.
Lá ele iniciou o maior trabalho de sua vida, ao observar crianças brincando e registrar meticulosamente as palavras, ações e processos de raciocínio delas. Em 1923, Piaget casou-se com Valentine Châtenay com quem teve 3 filhos: Jacqueline(1925), Lucienne(1927) e Laurent (1931). As teorias de Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa. Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Piaget lecionou em diversas universidades européias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado a lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963. Até a data de seu falecimento, Piaget fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos.
Pensamento predominante à época. Até o início do século XX assumia-se que as crianças pensavam e raciocinavam da mesma maneira que os adultos. A crença da maior parte das sociedades era a de que qualquer diferença entre os processos cognitivos entre crianças e adultos era sobretudo de grau: os adultos eram superiores mentalmente, do mesmo modo que eram fisicamente maiores, mas os processos cognitivos básicos eram os mesmos ao longo da vida.
Piaget, a partir da observação cuidadosa de seus próprios filhos e de muitas outras crianças, concluiu que em muitas questões cruciais as crianças não pensam como os adultos. Por ainda lhes faltarem certas habilidades, a maneira de pensar é diferente, não somente em grau, como em classe.
A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Piaget, aborda em sua teoria que através do desenvolvimento dos órgãos sensoriais o indivíduo começa a perceber e a sentir o mundo que o cerca, começa a conhecer as coisas e a si mesmo.
Segundo Piaget menciona quatro fases principais do desenvolvimento cognitivo. Cada uma dessas fase comporta subdivisões e tem características específicas.
O primeiro estágio do desenvolvimento cognitivo é o chamado período sensório-motor compreende seis subfases, a saber: 1- uso dos reflexos, 2. reações circulares, primárias, 3. reações circulares secundárias, 4. coordenação de reações circulares secundárias, 5. reações circulares terciária e 6. invenção de novos significados por meio de combinações mentais.
De acordo com a idéia do autor analise que a primeira fase do desenvolvimento cognitivo, caracterizada pelo uso dos reflexos, vai do nascimento até ao fim do primeiro mês de idade. Nesta fase da vida a criança usa constantemente seus reflexos relacionados com o ouvido e a fonação. Os reflexos mais usados logo depois do nascimento são a sucção, movimentos da língua, deglutição, choro e movimentos corporais de massa. Nesta fase da vida criança não percebe suas ações porque ela existe num estado a que Piaget chama de completo egocentrismo corporal, que não é influenciado por seu contato com a realidade externa, visto que para a criança nessa idade a realidade externa é apenas uma espécie de sombra que ela percebe muito imperfeitamente.
Portanto, podemos dizer que nessa fase da vida humana não há propriamente nenhum conhecimento genuinamente inteligente do mundo, no sentido comum do termo. Se utilizarmos o termo inteligência em um contexto mais biológico, assim, podemos verificar que essa fase do desenvolvimento cognitivo do indivíduo revela grande capacidade de adaptação, portanto, apesar de um caráter dessa natureza, percebe-se que essa fase do desenvolvimento cognitivo é muito importante porque nesse âmbito se encontram o alicerces de desenvolvimento posteriores. Os reflexos que caracterizam essa fase inicial do estágio sensório-motor do desenvolvimento cognitivo constituem os elementos básicos dos padrões motores e perceptivos, tanto do ponto de vista da percepção propriamente dita, como do ponto de vista do comportamento expressivo.
O autor aborda, então, que a segunda fase desse estágio evolutivo é chamado de fase das reações circulares primárias e começa do fim do primeiro mês de vida e vai até ao quarto mês. Reação circular, na linguagem de Piaget, refere-se a um tipo de comportamento que providencia o estímulo ou para a sua própria repetição ou para continuação do comportamento iniciado. Durante esta fase do desenvolvimento, os reflexos dos recém-nascidos passa por uma série de mudanças produzidas pela interação do organismo com o meio.
Para o autor, alguns dos esquemas inatos começam a ser substituídos por movimento voluntário. Porém, a sucção é um esquema inato, mas chupar o dedo só é possível quando a criança desenvolve a coordenação entre a mão e a boca. Nessa fase também a criança começa a “olhar” para as coisas ao seu redor. Inicialmente, ela começa a olhar para objetos fixos e logo depois começa a seguir objetos em movimento. O choro da criança nessa fase assume diferentes formas, de acordo com diferentes tipos de situações.
Como podemos perceber, a mãe é capaz de distinguir entre o choro causado pela fome e por outro tipo de desconforto. A criança começa nesse meio a distinguir vocalizações e a repetir sons apenas por repeti-los.
Segundo Piaget, ao fim dessa fase a criança perde algo do seu egocentrismo e começa a tomar conhecimento do mundo ao seu redor.
A terceira fase do período sensório-motor, de acordo, com a abordagem do autor, é a que vai do quarto ao oitavo mês de vida, é denominada de fase das reações circulares secundárias. Estas reações circulares se relacionam mais com o meio externo do que com o corpo da criança, como no caso das reações circulares primárias, isto é, os movimentos que revelam certa intenção, desejo ou propósito. Por exemplo, a criança pode bater no berço com as pernas para fazer um brinquedo se mover, ou balançar objetos que esteja ao seu alcance, para produzir um som que lhe parece agradável.
Na terceira fase da vida, diz Piaget a criança começa a tomar consciência do mundo ao seu redor e, mesmo que ainda não seja capaz de interessar-se por certos objetos que se encontram no seu meio físico. A essa altura do desenvolvimento da criança, ela começa a reconhecer objetos e pessoas que são familiares. A criança começa a adquirir a idéia de um mundo externo estável, se bem que ainda não tenha a noção de permanência dos objetos. Uma evidência de sua percepção dos objetos a seu redor é que, quando o objeto desaparece, ela a procura, como demonstrar Piaget em várias ocasiões.
Neste contexto, na quarta fase do desenvolvimento sensório-motor, denominada de fase das reações circulares coordenadas, que vai do oitavo ao décimo-segundo mês de vida, há dois importantes aspectos do processo do desenvolvimento cognitivo do ser humano.
Em primeiro lugar, as reações circulares secundárias da fase anterior se tornam mais coordenadas e forma novas modalidades comportamentais claramente intencionais.
Em segundo lugar, a criança começa a exibir comportamento antecipatório, usando sinais para prever ou antecipar futuros eventos. Por exemplo, ela é capaz de tirar a tampa de uma lata para procurar uma bola que ali se encontra. A criança nessa fase pode também mudar a posição de sua mamadeira que se encontra em direção contrária.
Na linguagem de Piaget, a criança consegue usar novos esquemas em diferentes situações para resolver determinados problemas. Para o autor, aqui, portanto, já é razoável falar da existência de um ato de inteligência. Nessa fase, normalmente, a criança adquire a noção elementar de permanência dos objetos e a noção de espaço.
Dos doze aos dezoito meses de vida, temos a chamada fase das reações circulares terciárias e a descoberta de novas significações para as coisas. Essa fase se caracteriza-la sobretudo pelo comportamento repetitivo da criança. Ela gosta de repetir o que faz. Existe uma tentativa da criança no sentido de variar sua ação sobre os objetos a fim de conseguir diferentes resultados.
Segundo Piaget, temos aqui o início da experimentação por ensaio e erro como método de solucionar problemas ou de aprender algo novo. Para a criança nessa fase evolutiva, cada situação oferece várias possibilidades em termo de explicação e exploração. A rigor, encontramos aqui as características fundamentais do comportamento inteligente.
A sexta fase do desenvolvimento sensório-motor começa aos dezoito meses de vida e vai até aos dois anos de vida. A habilidade sensório-motora mais importante que deve ser adquirida nessa fase é a capacidade de resolver problemas sem a necessidade de explorar fisicamente suas possibilidades, como acontece em fases anteriores do processo evolutivo.
A essa habilidade Piaget chama de invenção de novos meios através da dedução ou de combinações mentais. A criança nessa idade é capaz de inventar soluções internas por meio da imaginação visual ou simbólica. Ela consegue resolver problemas simples, lembrar-se das coisas, planejar e pensar sobre as coisas, se bem que seu pensamento ainda seja de forma bastante elementar.
Nesse contexto aborda uma integração sobre o desenvolvimento psicossocial na primeira infância que para o autor, o desenvolvimento do indivíduo quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista cognitivo e emocional, ocorre dentro de um contexto psicossocial que lhe da significação. Ao chegar a esse mundo da criança, encontra uma realidade social a qual deve ajustar-se para poder viver e se tornar um elemento criativo na sociedade. O processo de socialização do indivíduo, portanto, começa muito cedo na vida e é através desse processo que ele adquire as características que distinguem o ser humano de outros animais.
Esse processo é extremamente complexo e é através dele que se desenvolvem os padrões típicos do comportamento do indivíduo que constituem aquilo a que se chama sua personalidade.
De acordo com a idéia do autor, podemos dizer que a criança é um indivíduo dinâmico, curioso, criativo e ativo em seu meio, a menos que sofra de algum tipo de patologia. Além, disso ela é um ser puramente lúdico, incapaz de manter sua concentração por mais de 20 minutos numa atividade que requer atenção quanto à exposição verbal realizada por um adulto. A criança, portanto, tem de explorar o mundo que a cerca e tirar dele as informações que lhe são necessárias.
Para entendermos melhor a importância do lúdico e dos materiais concretos no processo de aprendizagem da criança pré-escolar é necessário que saibamos um pouco sobre seu nível de desenvolvimento cognitivo. O pensador aborda, então que, o período pré-operacional compreende a faixa etária de dois a sete anos aproximadamente.
Piaget afirma, “que as ações levam ao desenvolvimento das operações, e as operações, por sua vez levam ao desenvolvimento das estruturas”. Considerando o contexto entre vários aspectos do cognitivismo enfatiza que a inteligência sensório-motora atravessa um período de internalização que culminará no desenvolvimento pré-operacional ( entre dois e quatro anos). Durante esse período, a criança representa internamente os objetos, os acontecimentos e “pensa”. No entanto, seu pensamento é pré-lógico, ou seja, é dominado pela percepção.

O CONHECIMENTO NA ABORDAGEM PIAGETIANA RELACIONANDO, CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO E CONHECIMENTO FÍSICO

Como vimos até gora, nas abordagens sobre o desenvolvimento cognitivo, entendemos que a interação do indivíduo se dá com algo concreto, ou seja, o conhecimento é construído à medida que se relaciona e interage com materiais concretos e com pessoas. Nessa interação, não só o indivíduo age sobre o meio mas este também intervém em seu modo de agir.
O conhecimento físico diz respeito às propriedades físicas dos objetos. É por meio das ações exercidas sobre eles que a criança vai descobrindo e construindo noções de tamanho, altura, espessura, densidade, textura, além de descobrir sua cor, os sons que eles produzem, o tipo de material de que são feitos, sua flexibilidade, temperatura etc.
Neste contexto, enfatiza o conhecimento lógico-matemático, que está interligado a anterior, é elaborado com base nas ações da criança sobre os objetos assimilando, portanto, noções de números, massa, volume, área, comprimento, classe, ordem, tempo, velocidade e peso.
Para o autor, porém, nenhum desses conhecimentos seria possível de se construir se não fosse por intermédio da linguagem. A linguagem, portanto, é tida como um elemento relacionado ao conhecimento social arbitrário que é obtido por meio das ações do indivíduo e de suas interações com as pessoas. As áreas de conhecimento referem-se a regras morais, valores, cultura, história, sistemas de símbolos e à própria linguagem.

O PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO NA FASE PRÉ-OPERACIONAL DA CRIANÇA NA ABORDAGEM PIAGETINA

Como base na informação das abordagens Piagetiana, todo ser humano começa seu processo de aprendizagem muito cedo, ou seja, esse processo é construído desde o nascimento e vai progressivamente se desenvolvendo na relação estabelecida com o meio.
Especificamente, de um modo simplificado, conforme nos coloca Piaget ( 1984), o processo de aprendizagem ocorre da seguinte maneira:
· Em face de um problema, ficamos em desequilíbrio por nos encontrarmos diante de uma situação de uma situação que deve ser solucionada da melhor maneira possível;
· Buscamos o equilíbrio ( assimilado/acomodação) por meio de nosso conhecimento anterior sobre o problema;
· Com o conhecimento acomodado, partimos para a adaptação;
· Organizada a adaptação, provocaremos mudanças em nossas estruturas mentais;
· Havendo mudanças estruturais, consequentemente haverá ocorrido aprendizagem;
Para Piaget ( 1984), os organismos funcionam dentro de estruturas ( caracteres de totalidade, de transformações e de auto-regulações). Tais estruturas orgânicas abrem possibilidades adaptativas com o meio.
Na construção das estruturas da inteligência, o meio desempenha um papel fundamental pelas condições que oferece. Elas fornecem os fundamentos da lógica e da matemática.
As estruturas, sendo construídas, compreendem um processo gradual de estágios sucessivos já vistos anteriormente. Portanto, a pré-escola assume papel importante na formação do raciocínio das crianças que a freqüentam, cabendo a ela promover este desenvolvimento.
De acordo com Piaget ( 1984), a noção de número envolve três conceitos básicos:
O de conservação: invariança do número;
O de seriação: relação de ordem entre os elementos;
O de classificação: inclusão de um elemento num outro mais amplo que o contenha.

Como afirma Kamii, seguidora de Piaget, "A essência da autonomia é que as crianças se tornam capazes de tomar decisões por elas mesmas. Autonomia não é a mesma coisa que liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação. Não pode haver moralidade quando alguém considera somente o seu ponto de vista. Se também consideramos o ponto de vista das outras pessoas, veremos que não somos livres para mentir, quebrar promessas ou agir irrefletidamente"(Kamii C. A criança e o número. Campinas: Papirus).

Esses três conceitos constituem as estruturas cognitivas básicas necessárias a construção da noção de números pela criança. Sendo essas estruturas bem trabalhadas n pré-escola, a criança disporá de instrumentos intelectuais para compreender o conceito de número e as operações como adição, subtração, divisão e multiplicação ao ingressar no ensino de 1º grau.
Na pré-ecola, a matemática não deve ser vista como disciplina ou matéria escolar, mas como atividade de pensamento que está em permanente relação com suas atividades diárias na escola, em casa ou em qualquer outro lugar.
Um dos objetivos do “ensino” da matemática, nessa fase, deve ser o de desenvolver a capacidade de dedução ( raciocínio lógico) e não a habilidade para calcular mecanicamente. ( Piaget, 1984)

EQUILÍBRIO DAS ESTRUTURAS COGNITIVAS

Baseado nas informações anteriormente já vimos que Piaget traça um paralelismo entre o desenvolvimento mental.
Sabemos que o organismo funciona de modo a atingir e a procurar a manter um estado de equilíbrio interno que permita a sobrevivência num determinado meio ambiente. Para isso, os vários elementos orgânicos se organizam em sistemas maiores ou menores, mais simples ou mais complexos, de forma a obter tanto um desenvolvimento como um funcionamento harmônico de todas partes. Se um dos elementos de um sistema entra em desacordo com os demais, ocorre um processo qualquer no organismo, com vistas a retornar ao estado anterior de equilíbrio. Por exemplo a criança ao sentir fome, busca forma de obtenção e ingestão de alimentos, quando realiza o desejo, retornará a um estado de equilíbrio.
Podemos dizer que um processo semelhante está presente na organização mental do indivíduo, este processo é denominado equilibração das estruturas cognitivas. Em linguagem simples das estruturas cognitivas num sistema coerente, interdependente , que possibilita ao indivíduo um tipo ou dizer que o adulto atinge uma forma de equilíbrio com o ambiente, consegue desenvolver estruturas e modos de funcionamento das estruturas que lhe permitem viver num estado de equilíbrio satisfatório com o ambiente.
De acordo com o processo de equilíbrio, percebe-se que no caso do adulto para se equilibrar, ele utilizará sempre o mesmo tipo de funcionamento dessas estruturas.
No caso da criança, ela poderá não apenas se utilizar de recursos já existentes, mas desenvolver novos processos de funcionamento mental. É neste sentido que segundo autor, podemos dizer que o desenvolvimento consiste numa passagem constante de um estado de equilíbrio para um estado de desequilíbrio para um equilíbrio superior no sentido de que a criança terá desenvolvido uma maneira mais eficiente ( podemos dizer, mais inteligente de lidar com o ambiente).


ALGUMAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PRINCIPAIS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO

Conforme Piaget enfatiza, conceitua-se um processo de equilibração progressiva que tende para uma forma final qual seja a conquista das operações formais.
Ao longo da vida Piaget observou que existem formas diferentes de interagir com o ambiente nas diversas faixa-etárias. A estas maneiras de agir que Piaget denominou estágio ou período, neste contexto a criança irá, pois, a medida que amadurece física e psicologicamente, que é estimulada pelo ambiente físico e social, construindo sua inteligência . Para Piaget a criança constrói seu crescimento mental é vista como agente de seu próprio desenvolvimento. Ela irá construí-lo a partir de quatro determinantes como (maturação, estimulação do ambiente físico, aprendizagem social e tendência ao equilíbrio).
Assim, o desenvolvimento para Piaget, irá seguir determinadas etapas (fases, períodos ou estágios. No caso de adultos permanece elementos adquiridos na fases anteriores, isto justifica riqueza de comportamento observado nas várias situações.

AS PROPOSTAS DE PIAGET PARA O DESENVOLVIMENTO

Cória-Sabini in: ( Piaget) ressalta que Piaget conduziu uma série de investigações sobre o desenvolvimento do pensamento, abrangendo o período compreendido desde o nascimento até a adolescência. Com base na investigações, elaborou uma teoria do desenvolvimento cognitivo ou intelectual.
Para Piaget, a inteligência é uma estrutura biológica e, como as demais, tem a função de adaptar o organismo as exigências do meio. Essa adaptação se faz por meio de dois processos complementares: Assimilação e Acomodação.
Assimilação é o processo de incorporação dos desafios e informações do meio aos esquemas mentais.
Acomodação é o processo de criação ou mudança de esquemas mentais em conseqüência da necessidade de assimilar os desafios ou informações do meio.
Segundo esse contexto exemplifica dois processos de preensão sendo-os inatos e entra em funcionamento após o nascimento. Porém, os dedos dos recém-nascido se fecham quando qualquer objeto toca a palma da sua mão, a tal ponto que é possível levanta-lo agarrado aos dedos de um adulto. Este é um exemplo dos mecanismos biológicos a disposição do recém-nascido para sua adaptação ao mundo.

IMPLICAÇÕES DO PENSAMENTO PIAGETIANO PARA A APRENDIZAGEM

Os objetivos pedagógicos necessitam estar centrados no aluno, partir das atividades do aluno. Os conteúdos não são concebidos como fins em si mesmos, mas como instrumentos que servem ao desenvolvimento evolutivo natural. primazia de um método que leve ao descobrimento por parte do aluno ao invés de receber passivamente através do professor. A aprendizagem é um processo construído internamente. A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento do sujeito. A aprendizagem é um processo de reorganização cognitiva. Os conflitos cognitivos são importantes para o desenvolvimento da aprendizagem.A interação social favorece a aprendizagem. As experiências de aprendizagem necessitam estruturar-se de modo a privilegiarem a colaboração, a cooperação e intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento.
CONCLUSÃO
A partir da teoria piagetiana, entendemos o processo de desenvolvimento cognitivo como uma evolução individual e social, esta se realizando conjuntamente por coordenações intraindividuais e interindividuais. Nas coordenações intraindividuais as coordenações inferenciais são realizadas entre os sistemas do sujeito ou entre um dos subsistemas e o seu sistema total de significação. Nas coordenações interindividuais, as coordenações inferenciais dependem das trocas e regulações recíprocas entre sistemas de significações de sujeitos diferentes.
Enfim, de acordo com a teoria de Piaget, os progressos da inteligência representativa não se devem apenas à linguagem, mas, acima de tudo, à função semiótica como um todo, pois é ela que diferencia o pensamento da ação e conduz à representação.
BIBLIOGRAFIA:

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